Funcionária da Comlurb é Presa no Rio Sob Acusação de Matar o Companheiro

Iris Maria Soares da Silva teria usado veneno de rato em uma vitamina de banana; investigações da Polícia Civil apontam desavenças conjugais como motivação para o crime.

Por Jardel Cassimiro para a Revista Correio 101

RIO DE JANEIRO — Uma funcionária da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) foi presa em flagrante delito na manhã desta sexta-feira (24), enquanto trabalhava nas ruas da zona norte do Rio de Janeiro. Iris Maria Soares da Silva é a principal acusada de ter assassinado o próprio companheiro, Rogério Maurício Moreira da Gama, utilizando um método cruel: uma vitamina de banana envenenada.

A prisão preventiva, expedida por homicídio qualificado, é o clímax de uma investigação detalhada conduzida pela Polícia Civil, que desvendou uma trama de conflitos domésticos que teriam culminado no crime.

Segundo o apurado pelas autoridades, o casal vivia um relacionamento visivelmente conturbado nos últimos meses. As investigações sugerem que, motivada por essas "desavenças conjugais", Iris teria planejado o assassinato.

O crime teria ocorrido na residência do casal. Após preparar e oferecer a bebida ao companheiro, Rogério começou a sentir-se mal. Ele buscou atendimento médico em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) local, mas seu estado de saúde deteriorou-se rapidamente. Rogério não resistiu e veio a óbito no dia seguinte à ingestão da substância.

O que poderia ser inicialmente tratado como uma morte por causas naturais logo levantou suspeitas. A equipe médica notificou as autoridades, e o corpo foi encaminhado para perícia. Os exames laboratoriais foram conclusivos e estarrecedores: foi identificada a presença de veneno de rato no organismo da vítima.

Com a confirmação do envenenamento, o caso foi transferido da 27ª DP (Vicente de Carvalho), onde foi inicialmente registrado, para a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Os investigadores da DHC aprofundaram a apuração, reunindo depoimentos de testemunhas, colegas e familiares, além de realizar uma análise das mensagens trocadas entre o casal. O conjunto de provas, segundo a polícia, indicou que o crime foi premeditado.

Um depoimento em particular chamou a atenção e reforçou a linha de investigação. Um colega de trabalho do casal relatou às autoridades que, logo após o episódio que levou à morte de Rogério, Iris também lhe ofereceu uma bebida em circunstâncias semelhantes. O colega, já desconfiado das circunstâncias nebulosas da morte do amigo, recusou a oferta.

Munida dos laudos periciais e dos depoimentos, a DHC representou pela prisão de Iris. O mandado foi cumprido nesta sexta-feira, enquanto ela exercia suas funções de limpeza urbana.

Iris Maria Soares da Silva foi detida e conduzida ao sistema prisional. De acordo com a Polícia Civil, ela nega todas as acusações. Ela permanece sob custódia, à disposição da Justiça, e responderá pelo crime de homicídio qualificado.

Postagem Anterior Próxima Postagem