Com uma trajetória marcada por uma infância humilde e a aversão à educação formal, o cofundador da Oracle construiu um império que vai muito além da tecnologia, superando Elon Musk com uma fortuna de US$ 393 bilhões.
Por Jardel Cassimiro, para a Rádio Teotônio FM
O topo da lista dos homens mais ricos do mundo tem um novo líder: Larry Ellison, o cofundador da gigante de software Oracle. Com uma fortuna agora avaliada em US$ 393 bilhões (aproximadamente R$ 2 trilhões), Ellison ultrapassou Elon Musk nesta semana, consolidando uma posição que é o culminar de uma jornada notavelmente atípica para os padrões do Vale do Silício.
Nascido em Nova York em 1944, Ellison teve um início de vida desafiador. Criado por tios em um bairro da zona sul de Chicago, ele só descobriu aos 12 anos que era adotado, uma revelação que, segundo ele, moldou sua determinação e senso de independência. Distanciando-se do caminho tradicional dos gênios da tecnologia, ele abandonou a universidade duas vezes, preferindo a experiência prática em empresas de software a diplomas acadêmicos.
Essa aposta no aprendizado prático culminou em 1977, quando, com um investimento inicial de apenas US$ 2 mil, fundou a Software Development Laboratories. A empresa, que mais tarde se tornaria a Oracle, teve como primeiro grande projeto o desenvolvimento de um banco de dados para a Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA), cujo codinome era "Oracle" — nome que seria adotado pela companhia e se tornaria sinônimo de sua marca. Ao longo das décadas, a Oracle cresceu e se estabeleceu como um pilar da revolução digital, competindo diretamente com titãs como Microsoft e IBM.
No entanto, a fortuna de Ellison financiou um estilo de vida e interesses que se estendem muito além do universo corporativo. Em 2012, ele adquiriu 98% da ilha de Lanai, no Havaí, por um valor estimado de US$ 300 milhões, onde investiu no desenvolvimento de hotéis de luxo e infraestrutura sustentável. Sua paixão por esportes é igualmente grandiosa: em 2009, comprou o Masters 1000 de Indian Wells, um dos mais prestigiados torneios do circuito de tênis, e em 2010, sua equipe de vela, a BMW Oracle Racing, venceu a cobiçada America's Cup.
Mesmo com interesses tão diversos, Ellison permaneceu uma figura central no cenário tecnológico. Ele integrou o conselho da Tesla até 2022 e foi um investidor fundamental na aquisição do Twitter (agora X) por Elon Musk, aportando US$ 1 bilhão no negócio e reafirmando sua influência duradoura no setor que ele ajudou a construir.